No 1º pregão após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), ocorrido na 6ª feira (25.jan.2019), a Vale, responsável pelo empreendimento, perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado.
Fuente: Poder 360 
   
Na 5ª feira (24.jan) –antes do feriado pelo aniversário de São Paulo–, a mineradora valia R$ 289,8 bilhões. Fechou esta 2ª feira (28.jan) a R$ 218,7 bilhões, segundo dados da Economatica. A queda foi de 24,5% de uma sessão para a outra.
 
Essa foi a maior queda nominal diária na história da bolsa brasileira. Anteriormente, o recuo mais relevante havia sido registrado em 25 de maio de 2018, quando a Petrobras perdeu R$ 47,3 bilhões em valor de mercado após anunciar o congelamento temporário do preço do diesel.
 
Com o recuo, a Vale, que era a 3ª maior empresa em valor de mercado da B3, passou para a 5ª colocação.
 
QUEDA SUPEROU A DE 2015
 
A queda diária foi ainda mais intensa que a verificada em 2015, quando 1 desastre similar na barragem de Fundão em Mariana (MG), que era operada pela Samarco, joint-venture da Vale e da BHP Billiton.
 
Em 5 de novembro, dia do rompimento, a empresa valia R$ 81,3 bilhões. No dia seguinte, caiu para R$ 75,6 bilhões. A queda foi de 6,9%. Um mês depois, o valor da mineradora já havia caído 28%.
 
A tragédia em Brumadinho supera em mais de 3 vezes o número de mortos em Mariana. Autoridades de Minas Gerais informaram na manhã desta 2ª feira que o rompimento da barragem causou a morte de 60 pessoas. Outras 292 pessoas ainda estão desaparecidas.
 
QUEDA DO IBOVESPA
 
A queda da Vale puxou também o desempenho do principal índice da B3. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 2,29%, a 95.443 pontos. Na 5ª feira, o índice havia batido novo recorde e alcançado 97.677 pontos.
 
A Bradespar, acionista da Vale, também operou em queda. Recuou 24,49%, a R$ 26,43.
 
INSTABILIDADE DEVE CONTINUAR
 
 acordo com Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, as ações da empresa devem continuar impactando a Bolsa brasileira. “É a empresa com maior composição na carteira. Tem também o problema de levar outras ações junto, que tenham alguma participação.”
 
Segundo ele, o comportamento das ações da Vale nos próximos dias continuará sob pressão e dependerá do embate jurídico. Desde 6ª, a empresa é alvo de uma série de bloqueios financeiros e multas pelo desastre.
 
“Não sabemos ainda o tamanho das multas que serão aplicadas. O prejuízo no cofre da Vale afetará, com certeza, o desempenho das ações”, afirmou.
 
Em comunicado para clientes, a Go Associados avalia que o rompimento da barragem poderá também atrasar concessões e licenças ambientais nas operações da mineradora no Brasil, levar a novos processos de investidores nos EUA e ao rebaixamento da empresa pelas agência de classificação de risco.