Vamos acelerar ao máximo a produção porque há muitos custos. O contrato impõe que as plataformas sejam afretadas.
Fuente: O Globo
  
RIO - A Petrobras informou nesta quarta-feira, em seu site, que o campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, terá ao todo quatro plataformas. A primeira delas está prevista para entrar em operação a partir de 2020. A ideia da estatal é instalar uma a cada ano. O campo de Libra é o primeiro operado no regime de partilha e tem como sócios a Petrobras, que é a operadora, ao lado de Total, Shell e as chinesas CNPC e CNOOC. Nesta semana, O GLOBO revelou que a Petrobras pediu à Agência Nacional de Petróleo (ANP) isenção de conteúdo local de 100% para uma plataforma de Libra. O processo ainda está em análise no órgão regulador, que solicitou mais esclarecimentos.
 
As informações foram publicadas no site da companhia em nome do gerente executivo de Libra, Fernando Borges. “Buscamos, em linhas gerais, entrar com um sistema novo a cada ano a partir de 2020. O primeiro sistema terá capacidade de produção de 180 mil barris por dia (bpd). O segundo ainda estamos analisando, porque depende se parte do gás vai ser exportado ou todo reinjetado, então pode ficar entre 120 mil barris por dia (bpd) e 180 mil bpd”, disse o executivo no site da estatal.
 
Cada plataforma está avaliada, segundo fontes, em cerca de US$ 1 bilhão. Dessas quatro unidades previstas para Libra, só uma consta no Plano de Negócios da companhia, anunciado mês passado. A companhia informou ainda que Libra conta com um projeto para reduzir os custos de exploração no campo. A meta é fazer com que os custos para extrair o petróleo e desenvolvimento do campo cheguem a US$ 35 por barril.
 
Além disso, o gerente executivo de Libra disse que a princípio não pensa em exportar gás do campo. “Hoje é mais econômico reinjetar todo o gás para aumentar o fator de recuperação de óleo. Em Libra temos uma razão gás/óleo na faixa de 430 m3 de gás para cada m3 de óleo, que é, na média, quase o dobro do que se tem nas outras áreas do pré-sal em produção hoje. Nesse gás tenho 45% de CO2. Quando eu trato esse gás na plataforma e tiro o gás combustível para geração de energia na planta, me sobra um terço do gás tratado como volume passível de exportação. Então, se eu falo em uma plataforma de 10 milhões de m3 de gás com CO2, teremos até 3 milhões m3/dia para exportar. No segundo sistema de produção de Libra, estamos estudando se é econômico exportar parte do gás natural e necessariamente temos que reinjetar todo o CO2”.
 
Fernando Assumpção Borges, gerente executivo de avaliação exploratória, desenvolvimento e conformidade legal de Libra, disse em sua apresentação na Rio Oil & Gas que o conteúdo local é um desafio. Ele disse que a primeira licitação para o projeto piloto de Libra veio com valor 40% acima do preço internacional.
 
— Não podemos pagar sobrepreço devido à não competitividade em alguns setores. O Brasil já é competitivo em alguns segmentos. Mas quando se fala em FPSO (navio-plataforma), é um grande gargalo. Se não fosse o sobrepreço de 40%, já estávamos com o bid (licitação) feito e o contrato assinado — destacou ele. — O conteúdo local é desafiador, e está deslocado do nível de competitividade da indústria nacional.
 
Borges destacou ainda que o primeiro óleo de Libra está previsto para setembro de 2020. Ele destacou que espera fazer a primeira declaração de comercialidade até dezembro de 2017, quando acaba o período exploratório.
 
— Vamos acelerar ao máximo a produção porque há muitos custos. O contrato impõe que as plataformas sejam afretadas.