A faixa de preço estabelecida pela gigante petrolífera neste domingo (17) minou as expectativas do governo de arrecadar US$ 100 bilhões e chegar ao valor de mercado de US$ 2 trilhões.
Fuente: O Globo
  
A petroleira estatal saudita Saudi Aramco anunciou a venda de 1,5% da empresa, ou cerca de 3 bilhões de ações, ao preço de 30 a 32 riyals, na moeda local, que pode levar ao valor de mercado de US$ 1,7 trilhão.
 
Com a oferta de ações, a gigante petroleira pode arrecadar até US$ 25 bilhões e se tornar o maior IPO (oferta pública inicial de ações) do mundo, superando o recorde de US$ 22 bilhões da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba, em Nova York, em 2014.
 
A faixa de preço estabelecida pela gigante petrolífera neste domingo (17) minou as expectativas do governo de arrecadar US$ 100 bilhões e chegar ao valor de mercado de US$ 2 trilhões.
 
A Aramco não pode vender suas ações diretamente a investidores nos Estados Unidos e em outros mercados, uma vez que o IPO será restrito aos sauditas e às instituições estrangeiras autorizadas a investir na bolsa de valores da Arábia Saudita. A negociação das ações deve ser iniciada na Saudi Stock Exchange (Tadawul), em Riad.
 
A Saudi Aramco lançou sua oferta pública inicial de ações em 3 de novembro. O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que divulgou a ideia há quase quatro anos, está buscando arrecadar bilhões de dólares para investir em indústrias não petrolíferas, criar emprego e diversificar o principal exportador de petróleo do mundo e se tornar menos dependente do petróleo.
 
A reputação do príncipe herdeiro foi manchada pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no ano passado, enquanto as usinas de petróleo da Aramco foram atingidas em setembro por ataques que reduziram pela metade sua produção.
 
A Aramco é a empresa mais lucrativa do mundo, com dividendos planejados de US$ 75 bilhões no próximo ano, mais de cinco vezes o da Apple.
 
Mas a negociação das ações é uma aposta em um momento em que a demanda global por petróleo deverá desacelerar a partir de 2025 devido a medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o aumento do uso de veículos elétricos.
 
Também há um risco político, já que o governo saudita, que depende da Aramco para a maior parte de seu financiamento, continuará a controlar a empresa.