Após rebaixar as notas do Brasil, de vários estados e municípios e Petrobras na véspera, a agência de classificação de risco Moody's cortou os ratings de mais empresas brasileiras. Nesta quinta-feira (25), foi a vez de companhias como Embraer, BRF e Odebrecht.
Fuente: G1
   
 As ações reflete a perda do grau de investimento (selo de bom pagador) do Brasil, na véspera. Toda vez que a nota soberana de um país é rebaixada, os ratings das empresas também são revisados.
 
Veja as notas que perderam o grau de investimento:
 
Odebrecht: a agência rebaixou nesta quinta a nota da empreiteira de "Baa3" a "Ba2", com perspectiva negativa, o que significa a perda do selo de bom pagador. Segundo a Moody's, a situação da Odebrecht está condicionada ao ambiente econômico do Brasil.
 
BRF: a nota de crédito da empresa foi cortada nesta quinta de Baa2 para Ba2, com perspectiva negativa.
 
Embraer: a Moody's cortou nesta quinta a nota de crédito e retirou o grau de investimento da fabricante de aeronaves. A nota, que era de Baa3, caiu em um nível, para Ba1. O estado de São Paulo perdeu o grau de investimento ao ser rebaixado em dois níveis, para Ba2 (escala global, moedas Local e Estrangeira) de Baa3, com perspectiva negativa.
 
Estado de São Paulo: perdeu o grau de investimento ao ser rebaixado em dois níveis, para Ba2 (escala global, Moedas Local e Estrangeira) de Baa3, com perspectiva negativa.
 
Veja outros cortes da Moody's:
 
 EMPRESAS
 
Petrobras: a Moody's rebaixou a nota de crédito da estatal para "B3" ante "Ba3", nível mais baixo do grau especulativo. A petroleira já havia perdido o grau de investimento um ano antes. A perspectiva para o rating é negativa.
 
ACE Seguradora: IFS GLC rating rebaixado para Baa3 de Baa2.
 
Chubb do Brasil: IFS GLC rating rebaixado para Baa3 de Baa2.
 
Munich Re do Brasil: IFS GLC rating rebaixado para Baa3 de Baa1.
 
SRCSB: IFS GLC rating rebaixado para Baa3 de Baa2.
 
Minas Gerais: foi rebaixado para Ba3 (Escala global, Moedas local e Estrangeira) de Ba1, com perspectiva negativa, e continua na categoria especulativa (sem o selo de bom pagador).
 
 ESTADOS E CIDADES
 
Belo Horizonte: teve a nota cortada para Ba3 (Escala global, Moedas local e Estrangeira) de Ba1, com perspectiva estável.
 
Paraná: teve o rating rebaixado para Ba3 (Escala Global, Moeda Local e Estrangeira) de Ba1. Em escala nacional, o rating passou para A2.br de Aa2.br, com perspectiva estável.
 
Maranhão: teve a nota cortada para Ba3 (Escala Global, Moeda Local e Estrangeira) de Ba2. Em escala nacional, a nota passou para A2.br, de Aa3.br, com perspectiva negativa.
 
Rio de Janeiro: teve o rating rebaixado para Ba2 (Escala Global) de Baa3. A nota nacional passou para Aa2.br, de Aaa.br, com perspectiva negativa.
 
Última a tirar grau de investimento do Brasil
 Entre as três grandes agências internacionais, apenas a Moody's mantinha o Brasil com grau de investimento. No dia 9 de dezembro, entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve.
 
 A primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's (S&P), em setembro do ano passado. Há uma semana, a agência voltou a rebaixar a nota brasileira.
 Em dezembro, foi a vez da Fitch, que ao mesmo tempo colocou a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar a ser rebaixada.
 
 Como principal motivo para a retirada do grau de investimento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia.
 
 No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores.