Fuente: O Globo
O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, está otimista em relação aos dois leilões para exploração de petróleo que vão ocorrer nesta semana. Na quarta-feira (6), tem o leilão da cessão onerosa, que pode arrecadar até R$ 106 bilhões e, na quinta-feira, a 6ª rodada do regime de partilha do pré-sal, que pode arrecadar mais R$ 6,15 bilhões.
Oddone disse ao blog que o Brasil será, até 2030, um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo. A produção, atualmente em cerca de quatro milhões de barris, vai mais do que dobrar. A arrecadação entre impostos e participações, pode chegar a mais de R$ 300 bilhões em 2030. No ano passado foi de R$ 52 bilhões.
Veja os principais pontos da entrevista com Décio Oddone:
Blog - Quais são suas expetativas em relação aos leilões de petróleo desta semana?
Décio Oddone - A Petrobras exerceu o direito de preferência, no leilão da cessão onerosa, nas áreas de Búzios e Itaipu. A lei garante à Petrobras o direito de ser operadora no regime de partilha. Somente esses dois campos representam R$ 70 bilhões em bônus de assinatura. Isso é o dobro dos bônus pagos no mundo entre 2016 e 2018. No leilão da 6ª rodada, na quinta-feira, os bônus previstos são de R$ 6,15 bilhões e acreditamos que haverá grande disputa pelas áreas.
Blog - Qual sua projeção para a produção de petróleo e gás para os próximos 10 anos?
Décio Oddone - Os investimentos devem chegar a R$ 1,5 trilhão. A produção, atualmente em torno de quatro milhões de barris equivalentes, sendo que três milhões de petróleo, vai mais do que dobrar. O Brasil vai ser um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo.
Blog - O que isso vai representar em termos de arrecadação na forma de royalties, participações e impostos?
Décio Oddone - A arrecadação, que foi de R$ 52 bilhões, pode superar R$ 300 bilhões em 2030, considerando todos os tributos e participações. A sociedade terá o desafio de empregar adequadamente esses recursos, que um dia acabarão. Não existe maldição do petróleo, o que haver é má gestão, que precisa ser evitada.
Blog - Na sua avaliação, quanto o Brasil perder ao atrasar a exploração do pré-sal?
Décio Oddone - O atraso do pré-sal em 10 anos custou mais de R$ 1 trilhão, sendo que R$ 600 bilhões em investimentos entre 2008 e 2013, e R$500 bilhões em arrecadação, entre 2014 e 2017. E é bom lembrar que naquele período o preço do petróleo esteve na casa de US$ 100 o barril.