Fuente: TN Petróleo
A reforma regulatória que o governo pretende realizar no setor de gás natural no Brasil deveria ser resolvida fora do Congresso, pois assim seria possível dar maior celeridade ao assunto, disse Luiz Ildefonso Lopes, chairman da Brookfield no Brasil, durante evento no Rio de Janeiro.
O governo está discutindo uma revisão nas regras da indústria de gás com o objetivo de aumentar a competição e reduzir custos para os consumidores, conforme publicado mais cedo nesta semana pela Reuters com informação de uma fonte.
As medidas retomariam em parte um programa esboçado durante a gestão de Michel Temer, o chamado “Gás Para Crescer”, que deu origem no ano passado a um projeto de lei que acabou não sendo deliberado pelo Congresso Nacional.
“Esperar Congresso não é a melhor opção hoje, porque a pauta é grande demais”, afirmou Lopes, ao participar do seminário “Nova Economia Liberal”, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
A Brookfield foi a compradora de 90 por cento da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS) da Petrobras, em 2016, em um negócio de aproximadamente 5,2 bilhões de dólares. O ativo concentrava cerca de 2,5 mil quilômetros de gasodutos no Sudeste do Brasil.
Mas, atualmente, especialistas afirmam que as regras do setor apresentam diversos impedimentos para a chegada de novos ofertantes de gás, como por limitações de acesso à infraestrutura de transporte e de processamento da Petrobras, dentre outras inúmeras questões.
O executivo defendeu que a transição para um novo modelo mais atrativo para negócios deve ser feita de maneira suave e respeitando os contratos.
Grande percentual do gás extraído dos campos no Brasil é reinjetado de volta nos poços, contribuindo para a produção do petróleo. Isso acontece também porque não há sistemas de escoamento suficientes para levar o gás natural ao mercado.
No entanto, especialistas têm dito que essa estratégia terá um limite, uma vez que a parcela de gás extraída na produção poderá aumentar com o tempo, além de outras questões técnicas que podem surgir, dependendo a especificidade de cada ativo.
O executivo da Brookfield ressaltou que a continuidade de projetos de exploração de petróleo no Brasil depende da exploração do gás natural associado.
Também durante o evento, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa está trabalhando juntamente com o governo federal para mudar e aprimorar o ambiente de negócios para o gás natural no Brasil, mas não entrou em detalhes.
Segundo o executivo, a petroleira estatal será parte do setor, mas não tem a intenção de ser dominante, como é atualmente.