Fuente: O Globo
A redução da dependência externa de combustíveis deverá se dar em dez anos, segundo o Ministério de Minas e Energia.
“Vamos reduzir de 11,5% para 7% a nossa dependência externa de combustíveis. O Brasil estará menos exposto, e essa frase é importante, à variação internacional do preço do petróleo e às flutuações cambiais”, disse Temer.
O presidente deu a declaração durante assinatura de um despacho que aprovou metas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para a comercialização de combustíveis.
Sem citar a greve dos caminhoneiros, que bloqueou rodovias e afetou o abastecimento de diversos produtos no país até a semana passada, o presidente declarou que, ao reduzir a dependência externa dos combustíveis, o Brasil poderá evitar no futuro evitar acontecimentos desta natureza.
“Portanto quem sabe em um futuro não distante, muito próximo, nós consigamos evitar acontecimentos como este que se verificou na semana passada”, completou Temer.
A greve dos caminhoneiros teve início para protestar contra a alta do preço do óleo diesel e a política de preços da Petrobras, que reajustava o valor do combustível conforme a variação do petróleo e do câmbio.
Para encerrar a paralisação, Temer acertou com lideranças dos caminhoneiros a redução de R$ 0,46 no litro do preço do óleo diesel, valor que não será reajustado por 60 dias. O governo reduziu impostos e criou uma subvenção para compensar perdas da Petrobras.
O governo ainda publicou uma portaria de "determina" aos postos de combustíveis repassar o desconto para os consumidores.
Redução de gases
Na cerimônia desta terça, o governo definiu metas de redução de gases causadores do efeito estufa pelos próximos 10 anos.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) propôs ao governo a redução de 10% nas emissões de carbono na matriz de combustíveis do país.
As emissões devem passar dos atuais 74,25 g CO2/MJ para 66,75 g CO2/MJ. Conforme o Ministério de Minas e Energia, a redução corresponde à retirada de 600 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2028.
As metas foram estabelecidas dentro da Política Nacional dos Biocombustíveis (RenovaBio), aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Temer no ano passado.
A política nacional tratou do uso de biocombustíveis pelo setor de energia para transporte e geração de eletricidade. Os biocombustíveis são produzidos a partir da chamada biomassa, como bagaço e palha de cana-de-açúcar.