As vendas internas de aço no Brasil devem cair 1,3% em 2017, para 16,3 milhões de toneladas, informou nesta quarta-feira (26) o Instituto Aço Brasil (IABr), revendo estimativa divulgada em abril que previa crescimento de 1,3% nas vendas do setor.
Fuente: O Globo
  
A entidade manteve a estimativa para a produção de aço no país este ano em 32,47 milhões de toneladas, alta de 3,8% ante 2016, por conta da expectativa melhor para as exportações, que devem subir 9,1%, para cerca de 14,7 milhões de toneladas.
 
A projeção para o consumo aparente, foi cortada de alta de 2,9% para crescimento de 1,1%, a 18,4 milhões de toneladas.
 
Na terça-feira (25), o governo federal anunciou aumento das alíquotas dos royalties cobrados das mineradoras e a criação de uma agência reguladora para o setor. Os royalties agora serão calculados sobre a receita bruta das empresas e não sobre a receita líquida (que tem custos e impostos abatidos e é, portanto, menor), o que deve ampliar a arrecadação em 80%.
 
As mineradoras contestam a mudança e dizem que irão repassar o aumento para as siderúrgicas, segundo a entidade que representa essas companhias.
 
Produção no semestre
 
No primeiro semestre, a produção brasileira de aço bruto somou 16,7 milhões de toneladas, uma alta de 12,4% ante o mesmo período do ano passado, enquanto as vendas internas recuaram 2%, para 8,05 milhões de toneladas.
 
Em junho apenas, a produção subiu 4% sobre um ano antes, para 2,649 milhões de toneladas.
 
O segmento de aços longos foi o único a apresentar queda na produção no mês passado, refletindo a fraqueza da indústria de construção civil do país e escassez de projetos de infraestrutura.
 
A produção de aços longos em junho foi 11,3% menor que a registrada um ano antes, a 714 mil toneladas e ficou estável ante maio. Já as vendas de laminados da categoria caíram 9,5% na mesma comparação, para 578 mil toneladas, encerrando o semestre em baixa de 10%, a 3,185 milhões de toneladas.
 
As exportações, que tiveram alta anual de 9,2% entre janeiro e junho, foram responsáveis por compensar a lentidão do mercado interno e puxadas pela base de comparação mais fraca com o ano passado, quando a Companhia Siderúrgica do Pecém (CE) ainda não estava em plena operação.
 
"Na nossa visão, a economia brasileira não se recuperou e não vai se recuperar em 2017. A perspectiva do mercado interno é muito difícil, a saída são as exportações", disse o presidente do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, a jornalistas.
Em relação ao mercado externo, o setor tem se preocupado com medidas protecionistas planejadas pelo governo norte-americano, que corresponde a 36% das exportações nacionais de aço.
 
O setor tem se manifestado junto ao Departamento de Comércio dos EUA para pedir que os produtores brasileiros sejam poupados de tarifas sobre seus produtos vendidos no mercado norte-americano.
"A maior parte de nossas exportações é de produtos semiacabados, que geram empregos nos EUA", disse Alexandre Lyra, presidente do conselho diretor do IABr.