— Como vamos pagar 40% acima se podemos pagar menos? Mas nós não somos contra a política de nacionalização. É que desse jeito não dá — afirmou, levantando o tom de voz.
Fuente: O Globo
  
SÃO PAULO - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, criticou duramente nesta segunda-feira a política de nacionalização até então usada pela estatal em cumprimento à exigência de conteúdo local determinada pelo governo federal. Parente participou de reunião com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e disse que "havia muitos erros" nas regras de nacionalização praticadas pela Petrobras.
 
— Seria absolutamente impossível trabalhar daquele jeito — afirmou após ser perguntado sobre o tema por um dos empresários.
 
Ele citou, sem dar muitos detalhes, que num caso recente uma plataforma de exploração ficaria 40% mais cara por causa do índice de nacionalização. Segundo ele, o valor do projeto saltaria para US$ 1 milhão ao dia.
 
— Como vamos pagar 40% acima se podemos pagar menos? Mas nós não somos contra a política de nacionalização. É que desse jeito não dá — afirmou, levantando o tom de voz.
 
Parente contou ainda que quando recebeu o convite para assumir o cargo na estatal, o presidente Michel Temer fez um pedido: "precisamos profissionalizar a Petrobras".
 
Ele reiterou que a empresa vai investir US$ 74,1 bilhões entre os anos de 2017 e 2021, sendo 82% desse total para as áreas de exploração e produção e 17% para refino e gás. O restante será dividido entre as outras áreas. O valor total que será aportado representa uma queda de 25% em relação ao plano anterior.
 
Ao final do encontro com empresários, Parente falou com jornalistas. Perguntado sobre se ainda há corrupção na Petrobras, o executivo listou uma série de medidas adotadas pela empresa que tem "o objetivo de acabar com a corrupção". Entre essas medidas está a criação de comitês estatutários e uma comissão liderada pela ex-ministra do STF, Ellen Gracie. Ele também citou a adoção da segregação de funções, como por exemplo: o funcionário que autoriza a despesa não pode autorizar o pagamento.
 
— Minha principal missão é pensar no presente e no futuro da empresa — disse.