Depois de os britânicos decidirem sair da União Europeia, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota na tarde desta sexta-feira (24), na qual afirma que o país está "preparado para atravessar com segurança períodos de instabilidade externa".
Fuente: G1
   
 Os britânicos decidiram, em referendo, deixar a União Europeia (UE). A opção de "sair" venceu a de permanecer no bloco europeu por mais de 1,2 milhão de votos de diferença.
 
 O Ministério da Fazenda afirmou, ainda, que a situação do Brasil é de "solidez e segurança" porque o país tem fundamentos robustos. A nota menciona que o país tem volume "expressivo" de reservas internacionais e diz que o ingresso de investimento direto estrangeiro tem sido suficiente para financiar as transações correntes.
 
 No texto, a Fazenda também diz que o governo anunciou medidas fiscais estruturantes de longo prazo.
 
 "A recente melhora nos indicadores de confiança e na percepção de risco do país reflete essas ações", diz a nota. Leia, ao fim desta reportagem, a nota completa.
 
Para a pasta, as condições de financiamento da dívida pública brasileira "permanecem sólidas neste momento de volatilidade nos mercados financeiros em função de eventos externos".
 
 Além disso, destacou a Fazenda, o Tesouro Nacional "conta com amplo colchão de liquidez" e a dívida pública federal é composta majoritariamente de títulos em reais.
 
Mais cedo, o Banco Central informou, também por meio de nota, que, "caso necessário", adotará medidas para manter o "funcionamento normal" dos mercados financeiro e cambial.
 
Decisão
 A apuração do plebiscito foi divulgada por áreas de votação e a disputa foi bastante acirrada. O "sair" começou à frente e chegou a ser ultrapassado pelo desejo de continuar na UE, mas logo retomou a liderança e foi abrindo vantagem até vencer com quase 51,9% dos votos. Foram 17.410.742 votos a favor da saída e 16.141.242 votos pela permanência.
 
 A vitória do "Brexit" derrubou as Bolsas na Ásia e os mercados futuros da Europa e dos Estados Unidos antes mesmo do resultado oficial ser divulgado. A libra esterlina, moeda do Reino Unido, despencou e atingiu o menor valor frente ao dólar em 31 anos. No Japão, a Bolsa de Tóquio desabou quase 8%.
 
O referendo derrubou também o primeiro-ministro britânico, David Cameron. "Os britânicos votaram pela saída e sua vontade deve ser respeitada", afirmou o premiê, que deve deixar o cargo em outubro. Ele ponderou que o país precisa de uma nova liderança para levar a decisão adiante. "A negociação deve começar com um novo primeiro-ministro".
 
 Oficialmente, o plebiscito não é "vinculante", ou seja, ele não torna obrigatória a decisão de sair do bloco europeu. Mas o futuro primeiro-ministro britânico dificilmente será capaz de contrariar a decisão da população. Parlamentares também podem bloquear a saída do Reino Unido, mas analistas consideram que isso seria suicídio político.
 
 O presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, afirmou que levará algum tempo para que o Reino Unido estabeleça novas relações com a Europa e o resto do mundo. Disse também uma volatilidade econômica "deve ser esperada", mas não vai hesitar em tomar medidas adicionais para levar a economia adiante.
 
 Leia a íntegra da nota da Fazenda:
 
"A situação do Brasil é de solidez e segurança porque os fundamentos são robustos.
 
O país tem expressivo volume de reservas internacionais e o ingresso de investimento direto estrangeiro tem sido suficiente para financiar as transações correntes.
 
As condições de financiamento da dívida pública brasileira permanecem sólidas neste momento de volatilidade nos mercados financeiros em função de eventos externos.
 
O Tesouro Nacional conta com amplo colchão de liquidez. A dívida pública federal é composta majoritariamente de títulos denominados em reais
 
Além disso, o governo anunciou medidas fiscais estruturantes de longo prazo.
 
A recente melhora nos indicadores de confiança e na percepção de risco do país reflete essas ações.
 
Nesse contexto, o Brasil está preparado para atravessar com segurança períodos de instabilidade externa."