Segundo Magda, será preciso optar por construir as duas refinarias ou então terminais e dutos para importações.
Fuente: O Globo
  
RIO - O Brasil vai precisar de mais duas refinarias para não aumentar a dependência externa de importação de combustíveis na próxima década. A informação foi dada pela diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard. Essa conclusão faz parte de um estudo sobre dependência do mercado nacional de combustíveis apresentado por ela durante seminário no Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP). Segundo o estudo, o país corre riscos de um déficit de 1,2 milhão de barris por dia em 2030.
 
A importação média de combustíveis do Brasil poderá atingir 1,201 milhão de barris por dia (b/d) em 2030, alta de 271% ante a média registrada em 2015, de 323 mil barris por dia, disse Magda Chambriard.
 
O estudo apresentado considera que a Petrobras não vai mais construir as refinarias Premium II e III, previstas anteriormente para Maranhão e Ceará, que foram suspensas pela estatal não apenas por conta das dificuldades econômicas, mas também pelo seu envolvimento no escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato.
 
Caso o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj, também envolvido no caso de corrupção e com suas obras suspensas) não seja concluído, o Brasil terá que importar 742 mil barris por dia em 2026, e 1,2 milhão de barris diários em 2030. Caso o Comperj seja concluído a necessidade de importação cairá para 683 mil barris diários em 2026 e 1,1 milhão em 2030.
 
Segundo Magda, será preciso optar por construir as duas refinarias ou então terminais e dutos para importações.
 
— Vai faltar (combustíveis) e essa falta tem que ser suprida por importação (...) isso tem impactos na logística. O consumidor não mora no porto, mora em diversos pontos do Brasil — alertou Magda, destacando a necessidade de o país aprimorar sua infraestrutura de distribuição.
 
Além da conclusão do Comperj, Magda destacou que o Brasil precisa de outras medidas para atingir a autossuficiência de combustíveis, como a operação máxima da primeira unidade de refino da Refinaria do Nordeste (Rnest), prevista para 2017, e a da segunda unidade, prevista para 2019.
 
Magda acredita ainda na necessidade de construção de duas outras refinarias. Segundo ela, o cenário de dependência externa é preocupante e demanda medidas e investimentos urgentes:
 
— Não vamos ter muito tempo para perder nisso.