Fuente: G1
Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi contabilizado um déficit comercial (importações superiores às exportações) de US$ 5,41 bilhões, houve melhora. A reversão foi de US$ 15,4 bilhões no saldo comercial na parcial de 2016.
Números oficiais mostram que a melhora do saldo comercial deste ano está relacionada principalmente à forte queda das importações – em um cenário de economia em recessão e dólar valorizado. As vendas externas brasileiras também recuaram em 2016, mas em menor proporção.
No acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 45,23 bilhões, com média diária de US$ 675 milhões (queda de 4% sobre o mesmo período do ano passado).
As importações, por sua vez, somaram US$ 35,22 bilhões, ou US$ 525 milhões por dia útil, uma queda de 32,9% em relação ao mesmo período de 2015.
Parcial de abril
Em abril (no acumulado até dia 10), a balança comercial registrou superávit de US$ 1,62 bilhão (até dia 10), segundo o Ministério do Desenvolvimento.
De acordo com o governo, as vendas ao exterior somaram US$ 4,66 bilhões no acumulado deste mês, com alta de 2,5% sobre abril do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 3,03 bilhões – com queda de 30,9% na comparação com o mesmo mês de 2015.
No caso das exportações, subiram as vendas de duas das três categorias de produtos, na comparação com março do ano passado: os semimanufaturados (+20,2%) e os produtos básicos (+5,1), ao mesmo tempo em que recuaram as vendas de manufaturados (-5,2%).
Sobre as compras do exterior, recuaram as importações de siderúrgicos (-55%), combustíveis e lubrificantes (-53,8%), automóveis e partes (-37,9%), equipamentos mecânicos (-34,2%), equipamentos elétricos e eletrônicos (-32,7%) e borracha e obras (-32,5%).
Resultado de 2015
No ano passado, ainda de acordo com informações do governo, o saldo positivo (superávit) das transações comerciais do Brasil com o resto do mundo somou US$ 19,69 bilhões. Foi o maior valor para um ano fechado desde 2011, quando o superávit comercial somou US$ 29,79 bilhões.
O resultado foi influenciado pelo baixo nível de atividade. Com a economia brasileira em recessão e o dólar alto, as importações desabaram 24,3% em 2015. O dólar alto torna as vendas externas mais baratas e as importações mais caras.
Ainda segundo números oficiais, a melhora da balança comercial em 2015 também foi influenciada pela queda do preço do petróleo. Como o Brasil mais importa do que vende petróleo ao exterior, o recuo do preço favoreceu a melhora do saldo comercial do país.
Estimativas do mercado e do BC para 2016
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 45 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2016. O Ministério do Desenvolvimento estimou um saldo positivo de US$ 35 bilhões neste ano.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 40 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 150 bilhões.