Graças a um plano claro de leilões de energia que incluem a energia fotovoltaica, o mercado brasileiro de energia é atualmente o único mercado da América Latina que continua a fornecer crescimento e visibilidade aos negócio da fotovoltaica em larga escala nos próximos anos.
Fuente: PV Magazine
   
No entanto, grandes projetos de parques solares não estão sendo planejados somente para o chamado mercado regulamentado do país. De acordo com o relatório “Grandes Usinas Solares 2020”, publicado pela consultora brasileira Greener, no final de novembro havia cerca de 3,2 GW de projetos de energia solar não subsidiados em estágio avançado de desenvolvimento que já haviam obtido aprovação da ANEEL.
 
“Estes projetos não foram vencedores nos Leilões promovidos para ANEEL, indicando a alta probabilidade de serem direcionados para o mercado livre de energia”, disse o CEO da Greener, Marcio Takata, à pv magazine. “Também é interessante notar que sua capacidade combinada aumentou significativamente de 3,2 GW no final de novembro para cerca de 5,5 GW hoje”, acrescentou. “No entanto, isso não significa que todos os projetos com aprovação da ANEEL tenham um PPA, mas existem vários projetos com um PPA para os quais a aprovação da ANEEL ainda está pendente”, explicou Takata.
 
O estudo revelou também que o estado de Minas Gerais, uma das regiões mais industrializadas do país, possui a maior parte dos 3,2 GW, com 1,2 GW de capacidade planejada, seguido pelos estados da Bahia e Ceará com 477 MW e 433 MW respectivamente. Além disso, São Paulo e Piauí têm ambos 294 MW de projetos não subsidiados em desenvolvimento, enquanto o estado de Mato Grosso do Sul tem uma menor quota de 250 MW.
 
Além disso, Greener revelou que 99,7% da carteira de projetos não está atualmente em operação e que 66% desses projetos não concorreram nos dois leilões realizados pela ANEEL em 2019. A empresa disse também que em torno de 8% dos projetos são maiores que 50 MW e 70% deles têm capacidade entre 31 MW e 50 MW. A porcentagem restante é representada por instalações de megawatt de tamanho menor.
 
Em junho do ano passado, havia um pipeline de 2 GW de projetos fotovoltaicos em negociação entre proprietários, consumidores e comerciantes, segundo Rodrigo Sauaia, CEO da associação brasileira de energia solar ABSOLAR. “Já existem centenas de megawatts [de capacidade] assinados, com contratos de 10 a 15 anos”, disse ele à pv magazine. “Por trás desses projetos estão grupos internacionais que podem complementar projetos de grande escala no mercado regulamentado. Neste último, a vantagem é o PAA de longo prazo com o governo.”